terça-feira, 23 de março de 2010

Os cem anos da minha solidao /Cacau Miranda

Da minha aldeia vejo ,
Quanto da terra se pode ver no universo.
Minha terra 'e grande como outra terra qualquer,
Porque sou do tamanho do que vejo
E nao do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida e mais pequena
Do que aqui na minha casa no cimo desse outeiro...
Nas cidades as grandes casas fecham a vista a chave
Empurram nosso olhar pra longe de todo o ceu
Nos tornam peqenos porque nos tiram o que nossos olhos nos podem dar,
Nos tornam pobres pois nossa maior riqueza 'e ver...


Os Cem Anos da Minha Solidao e um retrato de minha epoca, atraves das cronicas historiei,os contos sao meus encontros notaveis as experiencias que compartilhei, os poemas sao um retrato de alma, nas musicas a pureza do infantil,do eterno ser que ha em mim , e da essencia ancestral da voz que tudo canta...

Fui batizada na Aldeia guarani Araponga, pelos caciques Agostinho e Marciana, como cunha Karai Poty, senhora das flores, e respeito essa cultura que tem me estimulado a acreditar que precisam manter. tenho preferido o trabalho sem visibilidade e sem fins lucrativos.Permite uma liberdade criativa que entidades governamentais nao tem por causa do imenso contingente de cabides, ou seja aquelas pessoas que trabalham unicamente pelo salario mensal...

Comeco entao pelo agora, por essa tentativa que se chama Tekoa Piahu, e vou escrever o livro da vida, em portugues e guarani, inicio essa narrativa com a versao guarany de duas musicas compostas por grandes amigos, Moreno Overa e Ricardo, o Trip da banda Peixe Eletrico...
as musicas: Kainan e Optapa Opta


KAINÃ
Moreno Owera

Em C
Kainã, caeguy poi coa-ara

D
Werá ara py guatá orrexauca ranguá
Em F#m G
Enhãcareguá rawy itawera porã

Em
Werá ara re,
C
Imbyaê caraeguy puiawy, êjuroque
D
Baipu botá reta reiapyejú e poraí
Em F#m G
De poraí pãwe me me rarwete
C G
Kainã , ejúemombeú tupãnaiu
D
Jahara caguerupá inhandé pya py
Em
Nhan ne man duá que querenguere
F#m G
Tonhê wangá


Auto retrato da comunidade guarani do Paraty Mirim. Na primeira parte musica de Moreno Overa com versao Guarani de Wera Jecupe e Cunha Karai Poty,kainan tem uma letra que valoriza a cultura Guarani,e as imagens sao de uma oficina aplicada pelos ultimos nessa comunidade, onde foram plantadas 200 mudas de patyeiro,palmeira usada tradicionalmente na construcao de ocas, telhados e paredes, iniciativa de Tekoa Piahu, educacao para a vida guarani. A segunda parte com musica de Ricardo Porto, da banda Peixe Eletrico e tambem uma versao guarani dos mesmos autores, e totalmente feito em guarani e destinado a um auto diagnostico fisico da aldeia, fotos Wera Jecupe e cunha Karai Poty

4 comentários:

  1. embora ninguem possa voltar atras e fazer um novo comeco,qualquer Um pode comecar agora e fazer um novo fim... ( Chico Xavier )

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  2. "Cacau, brasileira! Mineira como ela só. Fez de seu sotaque, um s mais puxado. Deixando-o ainda mais gostoso. Cacau é cantora, escritora, compositora. Cacau quase foi socióloga, mas Cacau foge do que é convencional. Cacau é original! Ela é de fábrica.
    Quem não quer cair o Deus me Livre com você, me diz?
    Quem não quer ser seu aprendiz?
    Ela é conhecida de lá pra cá e de cá pra lá. É na farmácia, no quiosque e até na outra cidade tem gente chamando.
    Guerreira! Foi assim que uns 5 mais definiram a Cacau, 05 minutos depois que ela partiu.
    Hospitaleira, tinha que ir até o fim.
    Que prazer conhecer você.
    Deixo aqui meu beijo grande e a saudade dai, de Trindade, de Paraty e de sua Cia".

    Cheguei bem, viu? Obrigada por tudo.
    Beijos imensos, linda.
    Bu.

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  3. Buena karma conocer te :)
    Hasta la prox

    Jurij
    Sent from my iPod

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